quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Wishing you HAPPY HOLIDAYS!


Onde??

Só pra deixar a coisa mais visual, aí vai a minha localização.
Estou na Pensinsula Keller, localizada na Ilha Rei George, Antártica. É uma ilhota, perto da grandiosidade do continente gelado, mas não deixa de ser gelada também.

Na foto abaixo, dá pra ver o percurso: São Paulo, RJ, Pelotas, Punta Arenas, Frei, EACF.


E agora um close da península Keller.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Do Rio a Pelotas, tudo começa assim

Depois de uma semana extremamente corrida finalizando as coisas no trampo (tive que deixar minha boss na mão na semana mais louca do ano pra ela...ainda bem que ela é companheiríssima e compreendeu!) e arrumando as coisas pra viajar, consegui finalmente as 18:30h de sábado fechar a mala. Já tinha tido o agravante de só na 4a anterior ter conseguido confirmar a mudança do voo, que tinha sido mudada pro dia 13, ao invés do dia 15. Tive uma horinha pra tomar aquela cervejinha de despedida e 'voei' pro aeoroporto! 22kg no barril/marinheira, mais 15kg bagagem de mão!!

Voo noturno pro Rio, com direito a Bernardinho, Carlos Alberto Riccielly (viche, é assim que escreve??) e o time todo feminino, e seus 2 metros de pernas, de volei sei lá eu de onde, a bordo. Chegando lá, táxi do Santos Dummont até o Hotel (Hotel Turístico, Ladeira da Gloria, 30; Flamengo, podrão a R$100/dia, com bom café da manhã) - R$12. Recepção parecia uma coisa louca, com vidros a prova de bala!

Fui dormir, mas só consegui dormir as 3 da manhã, pra acordar as 6h. Tinha pedido pro cara da recepçao me acordar as 5:30 e ele ligou, daí ligou de novo as 6h, perguntando se eu tinha voltado a dormir...e não é que eu tinha mesmo!!

O táxi já estava me esperando e eu saí correndo, meio que sem café. Fui até o Galeão velho, ou CAN/RJ, que é o nome oficial e lá já dei de cara com o Schulmann. Também encontrei o Comandante Marcello e o Antonio, além da Nathalie (miss TPA), da Maysa, Carol, entre outros do TPA.

Já conheci uma galera: Setzer (meteorologia), Gabriel (meteoro), outro Gabriel, Edna, Comandante Martins (piloto), os outros dois pilotos novinhos, Moura (aux. cuca), sub Sergio (com quem falei várias vezes via email e telefone), Bel, Fernanda, Rosalinda, Rafael, Thais, Manu, e mais uma galera da marinha, auxiliares do voo.



Esperamos no aeroporto pra pegar o Hércules C-130, avião da FAB, usado pra carga e combate, aqueles de filme mesmo, sem janelas, que abre a traseira e de onde pula todo mundo de paraquedas. Fomos todos espremidinhos até Pelotas, com bancos em oposição, meio sem espaço pras pernas. Sorte a minha que fui lá atrás onde pude esticar a perna e levantar o quanto eu quis.











Também estava perto do banheiro (que por sorte não estava cheirando), o que evitou algumas escaladas por entre as pernas das pessoas. Aliás, pra se locomover era assim... o pessoal evitou o máximo, mas eu, escaladora que estou, encontrei várias desculpas pra escalar entre as pessoas.



Isso sem falar das malas amontoadas em cimas de nossas cabeças. Quem estava na parte mais interna do avião se deu bem porque seria mais dificilmente atingido no caso de uma turbulência. Na verdade, posso até descrever aqui como era, mas só estando lá mesmo pra sentir.



Mas lógico que não posso deixar de citar as coisas boas do voo. A primeira que gostaria de citar é o serviço de bordo. Muito melhor que a maioria dos voos comerciais de hoje! Com a tia Alice, uma senhora nos seus 70 anos que já voou pra Antartica umas 150 vezes, no controle, não tinha como ficar melhor! A comida quentinha e o refri também. Café doce!!






Outra coisa que é muito boa no Hercules, é a visita à cabine do piloto. Aliás, o melhor lugar da aeronave. Poltronas acolchoadas e espaçosas (e até giratórias), um sofá e um beliche e, logicamente, aquela janela ampla com aquele visual lá em baixo. Melhor ainda é o cafézinho oferecido pelo Ximenez e a aula do Cc. Martins. Realmente imperdível!





Finalmente, não poderia deixar de falar da ventilação do avião. Como o avião não conta com forro e possui toda a tubulação aparente, permite uma boa circulação de ar. Lá atrás, por ser mais espaçoso, fresco, e até frio. No meio o calor humano se encarrega do aquecimento. Em relação ao barulho, eu achei tranquilo, mas tem gente que usou ou o ipod, outros os tampões de ouvido cedidos pela SECIRM.
Depois de 3 horas de voo, pousamos em Pelotas. Já no aeroporto, pegamos as andainas com todo a roupa requisitada pra levar pra estação. Segui o conselho do Beto e de roupa só levei o polipropileno. Talvez eu me arrependa!

O Baixo tinha falado pra eu não me preocupar e garantiu que pra alpinista o pessoal da ESANTAR procurava escolher material bom. Não foi bem o que eu notei. O elástico do Manaslu, por exemplo, nem esticava mais, de tão ressecado. O macacão de trabalho dava dois de mim, e a jardineira não veio HH como eu tinha pedido... Enfim, levei o que tinha e rezei pra tudo dar certo lá. Fora a bota (número 6), que tava apertada, pedi um número 7, pareciam três números maior, daí trouxeram uma 8 que ficou perfeita! Vai entender!

Fui a última a entregar a andaina conferida, então tive que levá-la até o avião. Já estava praticamente todo mundo no ônibus, esperando pra ir pro Hotel Manta (R$160/quarto), mas não me senti culpada, porque como o Bareta já falava, se não tiver tudo certo, f...então, take your time...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Antes de tudo...Antártica ou Antártida??

Durante muitos anos, quando ia conversar com alguém sobre a Antártica, nunca lembrava se era Antártica ou Antártida o correto. O que eu fazia então? Baixava a voz ao pronunciar o final da palavra e colocava a mão na frente da boca...ou alguma coisa assim....pra disfarçar mesmo! Aposto que vc já passou por isso também e arrumou alguma saída parecida pra situação!

Então o certo é Antártica, certo?? Afinal você acabou de ler aí em cima! Na verdade não! Quer dizer, na verdade também! Depois de tanta dúvida, fui ao dicionário (finalmente) e acabei com ela! Valem as duas grafias, mas o mais comum na língua portuguesa brasileira é ANTÁRTICA, como na cerveja mesmo!

Tá, e aí? O que tudo isso tem a ver com a Antartica?

Ok. Um pouco de história. Tudo começou quando fui fazer meu primeiro curso de fotografia colorida com meu grande amigo e professor Bruno Sellmer, da Techimage. Até então, aquele era o único em São Paulo voltado pra fotos de natureza.


Ao entrar, dei de cara com uma foto gigante de um iceberg azul azul na parede e pirei..."Noooossa, que lugar é esse!" Bruno viu minha cara e já foi logo falando..."Isso foi na Antártica, na época que eu ia dar apoio como alpinista nas operações antárticas. Aquilo ficou lá guardado, mas não dei muita bola, porque ainda era viciada por cavalos e só tinha olhos pra eles...


Anos depois, já com experiência 'outdoor' e paixão pelas montanhas é que entrei novamente em contato com essa história. Fui fazer o curso de escalada em rocha pelo CAP e lá encontrei alguns "Antárticos"". Ouvi também várias histórias. Histórias - e estórias (apesar de não constar mais no dicionário ainda gosto bastante dessa diferença de grafia) fascinantes, apaixonadas, hilárias. Enfim...foi crescendo aí um interesse, mas ainda parecia uma coisa distante, inatingível.


Mas aí de repente, tudo aconteceu, pediram meu currículo e me incentivaram...me candidatei e aqui estou, na XXVII OPERANTAR. Meio que surreal!

Um pouco de mim (pra fugir da originalidade)...

Sempre que leio alguma coisa que gosto, me interesso em saber um pouco mais a respeito do autor do texto, afinal, é um indicativo de que temos algo em comum. Então aqui vai um pouquinho sobre mim...

Na verdade, eu me formei em zootecnia pela USP, em 97 (é, faz tempo). Durante meus estudos zootecnistas procurei experimentar o máximo, fazendo estágios em várias áreas (suíno, bovino, bubalino, etc...até com lhamas eu trabalhei!), mas o que eu gostava mesmo era dos cavalos, então foi com eles que trabalhei durante muito tempo, tanto em haras quanto em hípicas.

Essa profissão me levou a lugares como EUA, Irlanda do Norte e Nova Zelândia, três países onde morei por causa de trabalhos em haras. Daí, voltei ao Brasil. Só que ginete não ganha grana aqui (a não ser que vc seja muito dedicado e apaixonado, o que não era o meu caso), então passei a utilizar meus conhecimentos linguísticos pra entrar numa nova profissão, deixando os cavalinhos como hobby. Fui estudar letras e passei a lecionar inglês numa escola particular de SP, onde ainda estou, depois de 10 anos.

Nesse meio tempo, morei na NZ, onde encontrei minha verdadeira paixão, que é estar no meio do mato ou fazendo alguma coisa por lá. Uma coisa meio hermitão mesmo...gosto de ouvir o vento, os pássaros, sentir o cheiro da chuva e do mato molhado. Não ligo de ficar dias sem banho ou sem falar com ninguém. Lá encontrei também a fotografia. E o amor, já despertado em Chamonix, pelo ar fino da montanha.

E com isso nasceu a eu de hoje...livre do vício dos cavalos, presa a um novo vício...o contato com a natureza...seja ele escalando (é, fui matar meu medo de altura fazendo um curso de escalada em rocha no Clube Alpino Paulista), descendo um rio de rafting, fugindo dos mosquitos e dos tábanos, fotografando, descendo uma cachoeira de 7 metros de cabeça, pulando de paraquedas, assistindo a um por do sol no pico de uma montanha ou, simplesmente, sentada na varanda assistindo a chuva.

Enfim...quem me conhece sabe. Sou um pouco disso aí...